Hoje deixo um episódio caricato no Teatro São Luiz durante a peça "O Que se Leva Desta Vida" de 2009, onde uma visita de um grupo de idosos do Inatel se revoltou com o conteúdo, interferindo com apupos e insultos durante a representação.
Uma situação característica do panorama das instituições culturais em Portugal, onde a formação de públicos continua a ser relegada para segundo plano. No entanto, é a interacção entre visitantes e a instituição que não funciona em muitos casos. A falta de preparação das visitas (funcionários, guias, visitantes, escolas, famílias,etc) e as falsas expectativas criam animosidades entre visitantes e as instituições culturais, que não permitem um crescimento económico, pedagógico e lúdico da actividade cultural.
Neste sentido o trabalho colectivo entre as partes envolvidas e a orientação dos serviços educativos abre portas a uma cultura acessível a todos e não para todos, visto que os gostos por mais que se trabalhem, não se podem negar nem excluir.


[Miguel Fonseca]

2 comentários

Pedro Leite disse... @ 29 de março de 2010 às 10:02

Ora aqui está uma excelente questão!
Ainda no outro dia me contaram que o público no tributo ao John Cage na Casa da Música, também não se portou muito bem..
Por um lado penso que cabe ao público fazer algum trabalho de casa, contextualizando a peça/concerto/performance/exposição/etc que vão assistir, explorando assim o máximo possível da sua historia e envolvência.
Para isso, caberá também à instituição fornecer de forma coesa o máximo de informação possível.
Se assistimos a um evento cultural é porque queremos correcto? Se vamos num âmbito de exploração devemos essencialmente manter a mente aberta.
Acima de tudo deve reinar o bom senso!!

Anónimo disse... @ 6 de abril de 2010 às 11:57

Pois é Avelino tens razão! Estão completamente de acordo com as tuas afirmações.

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