[Obra de Reuben Medinikoff, fotografada por Filipa Moutinho no Museu Berardo]

Hoje escrevo sobre a formação de públicos como uma etapa fundamental na criação de uma política cultural eficaz. Uma população culturalmente sensível e participativa conduz a uma procura cultural considerável e naturalmente o aparecimento de mais carreiras artísticas. Uma oferta cultural diversificada não tem efeitos positivos se o público não estiver contextualizado para usufruir dessa oferta. Uma forte componente cultural desde cedo, no ensino básico, é essencial para a criação de uma percepção cultural, capaz de motivar os públicos para a cultura. Porém, não cabe apenas aos estabelecimentos de ensino esta grande tarefa de educar para a cultura. Os equipamentos culturais devem, também, dinamizar actividades educativas, devidamente articuladas com os programas dos diferentes níveis de ensino, funcionando como espaços privilegiados de educação não formal. Uma política de educação para a cultura não deve ser um programa de intervenções apenas do Estado, mas também das instituições civis, de iniciativa pública ou privada e grupos comunitários, capaz de satisfazer as necessidades dos diferentes públicos.

[Ana Leite]

Está provado! Os meus momentos de inspiração começam sempre ao som de Elephant Gun dos Beirut - grande impulso para arrumar uma secretária repleta de livros, folhas e CD’s, durante a tarde. Será já no domingo a estreia desta banda em Portugal, pelas 22h25, no Sudoeste. Perdi a oportunidade de estar presente como perdi também, certamente, muitas oportunidades na vida. Poderei não ouvir Beirut, perante o céu estrelado do Alentejo, mas estarei, algures na Zambujeira do Mar, em pensamento, em sonhos de coração e alma.

Deixo-vos o videoclip da minha música, da minha fonte de inspiração, a música dos meus devaneios e da minha vida.



[Ana Leite]

Parabéns à Rádio Pública! 75 anos de loucura do éter com pura história viva! Do teatro radiofónico aos fantásticos relatos de futebol, património que se uniu entre vozes marcantes de locutores e músicas memoráveis.


Melhor ainda é ver e acima de tudo ouvir a antiga Emissora Nacional bem viva com a mais velhinha Antena 1, a clássica Antena 2 e a jovial Antena 3.

Actualmente destaco dois programas que admiro, na Antena 1 "A Menina Dança?" de José Duarte e "A Prova Oral" de Fernando Alvim na  sempre jovem Antena 3.
 
Desafio também, a visita à exposição da Comunicação do Conhecimento e da Imaginação do Museu dos Transportes e Comunicações e a realização da oficina da Rádio, onde podem assumir um programa de rádio como locutores, desde mesa redonda, boletim noticiário, rúbricas de comédia, teatro de rádio com as famosas raionovelas, entre outros.
Aí podem viajar pelas ondas hertzianas e levar a imaginação a voar pelas mentes de um ouvinte sempre à escuta.
 
Miguel Fonseca

Gosto tanto de algumas bandas que tenho receio em ouvi-las demais. Tenho até reservas em dar a ouvir a amigos e conhecidos porque uma crítica desinteressada, mais até que uma negativa, ia por-me de rastos. Com a minha memória má, consigo até não decorar as músicas e estar durante muito tempo num estado de permanente descoberta. Tipo memória de peixe.

Vou arriscar e falar de Broken Social Scene.

Primeira característica interessante, são do Canadá. Sendo este país a Europa na América, dá para perceber algumas nuances da banda. Depois, são muitos (12 membros?), é uma cacofonia - há muitos momentos em que não se percebe o que se passa, uma mistura não desagradável de sons, para logo a ordem aparecer no caos. Os Arcade Fire também são muitos mas mais organizados. Continuo sem saber exactamente quem são os constituintes mas sabe-se que há projectos paralelos por todo o lado até com mais visibilidade (Feist, por exemplo).

A música... agrada-me ao ponto de andar a stressar para comprar bilhetes para Novembro, na Casa da Música. Sei sempre quando a música começa que lá para a frente vão haver momentos em que estou hipnotizado num espaço muito próprio. E hoje em dia isto é raro: músicas que nos movem pelo seu miolo e não pelo refrão fácil.

Recomendo o último álbum como ponto de partida mas deixo aqui a música que me despertou o interesse:



[Rafael Ferreira]