[O Mágico, de Beatriz Milhazes]

Foi ao som de Beirut, “Elephant Gun”, que comecei a escrever este post. Às vezes a inspiração começa com momentos destes: ou se agarra de imediato ou perdemo-la para sempre.

Um pouco no seguimento do post do Pedro Leite, gostaria de escrever algo que o artigo “Vale-tudo na arte?”, despoletou. Inúmeros foram aqueles que se debruçaram sobre o conceito de arte e sobre a noção do belo. Recordo-me que, quando estudava, abordamos na disciplina de Estética diferentes autores, cada um deles com a sua teoria sobre o belo e sobre a arte. Lembro-me que um dia propus-me abordar, nessa cadeira, as vanguardas artísticas dos anos 60. Foi uma das apresentações da minha vida, aquela que me deu mais prazer, que me deu mais emoção, aquela que estive bem, contrariando a minha habitual timidez nestas coisas.

As vanguardas artísticas dos anos 60: as performances, as instalações e outros tipos de produção artística, surgiram como alternativas à arte convencional. Por esta altura surgiu o Grupo Fluxus, formado por um conjunto de artistas que contestavam o sistema museológico, a arte convencional, a beleza atribuída às obras de arte com uma postura radical e revolucionária que visava destruir convenções e valorizar a arte colectiva. Influenciados por Marcel Duchamp na plástica e Jonh Cage na música, o grupo produzia concertos, happenings, performances, entre outras manifestações.

Para terminar e tal como Fernando Pessoa escreveu na obra “Mensagem”, também a arte é, para mim, o nada que é tudo.

Deixo-vos uma composição de Jonh Cage, “4’33”, com a qual ficou célebre. Composta em 1952, são 4 minutos e 33 segundos de música sem qualquer nota musical.



[Ana Leite]

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