Eu não danço. Porque não sei, porque tenho vergonha e porque não me divirto. E porque a música é sempre má. Sou sempre um daqueles sentados, com ar de entediados a pensar "mas que grande parolada, tudo a dançar o apitócomboio...".

Mas então, Alice Russel, no Sá da Bandeira. Novo hotel Teatro, muito bom aspecto, café Brasileira.. aquele canto do Porto até seria bonito, não fosse o Sá da Bandeira estar meio ao abandono e a servir coisas menores. O problema não é o edifício estar a ficar feio, é esse facto mostrar que o Porto está a menosprezar coisas boas.
Pondo a luta de parte, ontem foi bom. Passeio pela feira do livro, eternamente à procura dos últimos números dos Metabarões, jantei por ali e concerto às 10:30. 10:40... 11h00 e lá começou.

A sala pequena não ficou repleta, mas os espaços entre pessoas foram muito bem vindos. Banda de 5 com todos os obrigatórios para funkar: guitarra, baixo, teclados, bateria e back vocals/violino. O palco é baixo, sem adereços e sem protecções ao público. Estavamos à vontade e eramos bem vindos.
De dentro de uma Alice pequenina sai um vozeirão! Parece que o pai também era músico mas o mérito é dela. Inglesa. Nota-se bem a dimensão do Atlântico porque o soul é mais relaxado que no Mississipi, com mais cor e nada religioso.
E dancei. É impossível não o fazer. Seria tortura obrigar alguém a estar parado. O funk é do demónio! Pior que vinho tinto!

Menção honrosa ao grande violinista: terá certamente mais de 100Kg, mas canta, corre, manda-se ao chão e sua, sua, sua.

Quis mais, pedi mais, mas só deu 1 encore.
E agora? Que mais concertos há?



[Rafael Ferreira]

0 comentários

Enviar um comentário