Sou grande fã de Morphine. Sabe a vinho do Porto (Sandeman?): quente, experenciado, suave, citadino, cor de sangue.

"By 09/09/99 I hope I'm sitting on the back porch drinking red wine singing
Oh french fries with peppe
r"

Morphine já não existe. Não sei se me orgulhe de ter visto o último concerto completo deles. O concerto seguinte não acabou - terminou a vida do Mark Sandman.

Há pouco tempo descobri um outro projecto com o Dana Colley, o saxofonista. Ele é inconfundível na sua forma de tocar e vale a pena seguir. Se já o ouvi noutras formações, desta vez, aplicam-se os mesmos adjectivos de Morphine juntando "feminino".

Monique Ortiz toca o mesmo baixo de duas cordas e tem a mesma voz de vida comprida que o Sandman tinha. Fiquei pasmado com a entrega, a perícia no baixo e a mulher de voz forte. Parece ser daquelas que não vale a pena andar ao estalo - ela deve ganhar.

A banda tem a mesma formação de Morphine, os mesmos instrumentos, o mesmo ambiente mas com outro sabor. Será que o Sandman encarnou na Monique? Não, nota-se a diferença.

Nada parecido com Morphine vai ser melhor que Morphine, mas A.K.A.C.O.D. arrepiou-me: o mesmo feeling reapareceu. É como se se tivesse formado um estilo: slide-bass de 2 cordas, bateria e duplo sax.

http://www.akacod.com/

[Rafael Ferreira]

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