[Obra de Reuben Medinikoff, fotografada por Filipa Moutinho no Museu Berardo]

Hoje escrevo sobre a formação de públicos como uma etapa fundamental na criação de uma política cultural eficaz. Uma população culturalmente sensível e participativa conduz a uma procura cultural considerável e naturalmente o aparecimento de mais carreiras artísticas. Uma oferta cultural diversificada não tem efeitos positivos se o público não estiver contextualizado para usufruir dessa oferta. Uma forte componente cultural desde cedo, no ensino básico, é essencial para a criação de uma percepção cultural, capaz de motivar os públicos para a cultura. Porém, não cabe apenas aos estabelecimentos de ensino esta grande tarefa de educar para a cultura. Os equipamentos culturais devem, também, dinamizar actividades educativas, devidamente articuladas com os programas dos diferentes níveis de ensino, funcionando como espaços privilegiados de educação não formal. Uma política de educação para a cultura não deve ser um programa de intervenções apenas do Estado, mas também das instituições civis, de iniciativa pública ou privada e grupos comunitários, capaz de satisfazer as necessidades dos diferentes públicos.

[Ana Leite]

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